AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Solidão



A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.
A solidão dos astros;
A solidão da lua;
A solidão da noite;
A solidão da rua.

Eu quase consigo ver esse lugar como um diário meramente deprimido. Não consigo mais escrever aqui as coisas boas. Acho que não quero mais viver em baixo de uma árvore. Doeu-me tanto, ainda quando algo me tira o ar eu sinto como se tivesse caído de um lugar muito alto que esmagasse meu pulmão e meu crânio, quase não consigo enxergar e definitivamente não respiro. Talvez as coisas que eu penso não façam sentido, mas se fizerem? Talvez façam. Eu não quero dar outra oportunidade pra isso. Pensar acaba com todos os meus planos. Eu só quero mudar a minha casa.