AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Nada



Nesta noite eu fiz de tudo pra sonhar, mas não consegui. Noite passada eu conheci alguém. Não que eu tenha conhecido uma guria que eu já conhecia, mas me lembrou da música “Piano Bar” da Engenheiros do Hawaii. Era alguém que eu realmente não conhecia, exceto por uma noite que passou no meu sonho. Era alguém legal sim, mas diferente. Porque se eu dissesse que já conheci alguém assim eu estaria mentindo, mas em muito me lembrava das pessoas que gosto. Era um pedacinho de cada um se transformando numa outra pessoa que, pasmem, não existia. Como assim, não existia? Às vezes eu sonho com coisas que são reais e difíceis de acreditar. Não era um fantasma. Na verdade eu não tive muito tempo pra pensar sobre isso, porque eu falei pra Pri e ela brigou comigo, então a ênfase pra mim não é eu conhecer uma pessoa incrível que na verdade não existe, mas sim, eu não decepcionar ninguém.
Na verdade eu sei de pouca coisa, ou nada. Passei esses anos tentando aprender algo e a verdade é que nada é real. São alguns sonhos, alguns bons momentos. Ou todos os sonhos e bons momentos, dependendo de como você acorda. Hoje eu acordei elétrica, cheia de perguntas e de felicidade. Mas talvez isso não seja nada.
“Na verdade, ‘nada’ é uma palavra esperando tradução.”
(morrendo de vontade de postar a música inteira, que por um segundo fez sentido).