AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Eu vou morrer, mas te amo.


Talvez eu não devesse estar escrevendo agora, foi por este motivo que pensei que eu devesse comprar um teclado mais silencioso. Eu não entendo ainda muito bem esses momentos nos quais eu tenho uma vontade incontrolável de escrever, incontrolável sim, porque minha vista já está turva de tanto sono. Mas eu acho que tem algo ver com minhas crises de carência. Talvez. Ou cada post me trouxe aqui por um motivo diferente. Pensar nos motivos me deu saudade do baú onde eu guardava as lembranças. Mas não eram nelas que eu estava pensando antes. Pensava no significado da morte e algo em mim acreditou que fosse o passado, porque é a única coisa que eu tenho certeza que já morreu. Até parece trágico, mas na verdade é muito bonito porque significa que tudo o que eu sei que irá acontecer não será a morte e ainda existem milhares de coisas pra acontecer e eu não sei.
Não costumo citar nomes, mas tenho pensado que minha vida perfeita seria como está sendo agora, só adicionaria alguns dias inteiros da semana com a Pri, algumas horas por dia com a Carol e algumas noites do mês com a Sary. Porque, nossa, como elas me fazem falta. Eu tenho esse problema, digo umas coisas aleatórias assim do nada, isso faz com que as pessoas percam a empolgação, mas quando eu percebo já falei. Tem também o negócio de piscar muito devagar e enfim a subjetividade, mas algumas pessoas transformam meus defeitos em qualidades. As pessoas por quem mais tenho apreço o são devido aos seus defeitos.
É claro que este espaço não é privado, mas pensei agora que provavelmente todas as pessoas que já estiveram aqui é porque de alguma forma subjetiva estiveram em meus textos e consequentemente em minhas histórias de amor. Só que agora eu já citei 3 e acabei com todo o mistério de quais, especificamente, são as fadas e os faunos do meu labirinto. Só falta eu descobrir se são 3 ou 9. E ninguém há de saber.
Se eu não puder trazer todos pra bem perto de mim, algum dia eu vou morrer. O que virá depois disso eu não sei.