AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Dói.



A água vai.
A águia vai.
A alma vai.
A alma tá, a calma tá, a calma cala.
A calma calada, a alma calada, a alma grita.
A alma grita, a noite grita, a noite vem.
A noite vem, calada e grita, a noite para.
O tempo para, o mundo para, e sem ninguém.

Sem ninguém que cale a alma.
Sem ninguém que grite agora.
E essa dor que vai e vem.
Vem com medo e sem demora,
Essa dor que veio agora
E não liga pra ninguém.

Se apago e finjo o nada
Cai a dor sem mais nem menos?
Se eu digo o que incomoda
Perco tudo desse jeito?

Dói, dói, dói.

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