AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

penso em ti


Cai a noite, penso em ti. Lua cheia, penso em ti. Eu me perco nos meus sonhos, penso em ti. Amanhece, penso em ti. Cai o sol, penso em ti. Outro dia sem teus beijos, penso em ti. Eu acordo, não posso ser feliz, só te quero, tão doce para mim.

Perdidamente


...

Sem planejar. Sem pestanejar.


Quando eu disse "mais tarde" não foi literalmente.

Eu não sei parar de te olhar


Ninguém reparou na lua. A vida sempre continua.

Água e Fogo


Eu acho que você quer me ajudar, dessa sua maneira de ver, tão diferente. Mas nesse momento eu acho que isso vai me machucar. Por isso vou terminar isso da minha maneira, só não sei por onde começar.

Eu já estou no jogo e vou em frente, afinal esse mal não vai durar para sempre.
Até mais tarde.


Azul


Precisava apenas me concentrar, mas facilmente o perfume me distraiu.

Lua crescente


Hoje é um dia tão solitário, parece uma premonição para o dia que vem a seguir. Esse ano foi tão diferente até agora. Minha amiga de sempre não é como antes, ontem foi um dia de admitirmos isso. Mas não é só isso.
Já faz cinco anos que eu deixei meu inferno particular. Aqui está mais frio, como sempre. De qualquer forma faz um tempo que eu desisti de aquecer. Em casa eu tenho um sol, deve ser por isso que só aqui eu me sinto em casa. Não há nada que me faça ter dúvidas da minha escolha nesse momento, meu sol. Antes de dormir eu jamais vou deixar de pensar no seu calor. Mas a verdade é que quem me trouxe esperança foi uma baixinha.
Eu chorava o tempo todo, naqueles velhos corredores dos prédios. O tempo todo, acreditando que jamais passaria. Escondia-me não por vergonha ou por não querer preocupar, mas porque eu não conseguiria explicar. Ela apareceu e me devolveu a esperança de que podia existir mais alguém nesse mundo frio. Mesmo que ainda não fosse ela e eu tenha me precipitado, eu acabei esquecendo. E o que era eterno se tornou momentâneo, esporádico, até de tornar passado.
Outra, de certa forma, eu sinto que troquei de lugar. Não me esforcei, não me dediquei, apenas fui eu mesma, mandona, deprimida e presente. E de alguma forma funcionou. Sinto uma amizade crescendo a cada dia, sem exageros e dramas, apenas algo ficando forte e maduro. E mesmo que ainda não seja ela, talvez eu esteja um pouco esperançosa.
E a lua. E o que mais dizer? Eu que já disse tudo e nada. Esse ano foi tão diferente até agora. Um inferno astral que talvez tenha trazido coisas de grande valor. Saberei um dia. Porque me prometo ausentar, não ser boba de achar que só o que é bom é verdade. Afinal, palavras são palavras. O que vale aqui é a métrica e não o sentimento. Mas falo o tempo todo, sem conseguir me esconder e ouço pouco. Sei pouco. Ou nada. Porque são palavras.
Mas Carol, só você. Eu estava aqui pensando antes de começar, como estou sozinha. Como me importo com algumas poucas pessoas e mesmo assim sou pequena diante delas. Mas eu dei play em CQ e lembrei que antes de tudo você estava aqui, e depois de tudo você estará. Preciso de abraços de alguns dias e olhos e narizes molhados, mas aqui nem chorar eu posso. Quero apenas ser um pouco idiota com você e deixar de me preocupar, porque tenho saudades de ser eu.
E escurece e a lua aparece. Não consigo ficar sem falar dela. Aos poucos fica na cara. “Melhor amiga”. Palavras. Hoje é um dia tão solitário.

Não o bastante


Eu não vou dormir pra não acordar e depois descobrir que tudo eu sonhei. Aconteça o que acontecer, estarei aqui sempre por você. Já não faz sentido, já não me lembro se há caminho sem desespero.

O que eu digo


Além de tudo gostaria de ter um tempo pra me explicar. Pra me explicitar. Contar como cada título surgiu de uma ideia incrível e como algumas palavras estão sendo representadas por outras. De qualquer forma eu acredito na ótima capacidade de interpretação e imaginação, seria até engraçado um dia ouvir teorias sobre as minhas próprias palavras. Que as vezes não são só isso.

O que você me diz?


Fico pouco tempo sem pensar. Penso muito o tempo todo, como seria, como eu queria, como eu teria. E como não tenho eu penso. Penso em quando eu pude ter e quando eu poderei de novo. Quando sentarei na parada e ficarei parada. E ao me mover seja pra fazer a coisa certa. Ou a errada.
Penso que eu sou um alvo, que eu não sou nada, ou pior, que eu sou igual a todo mundo. Penso tanto que penso que penso pouco. Porque se eu pensasse um pouco saberia que é assim com todas. Eu sei que sim porque me diz. Porque diz pra todas. E assim passa o tempo dizendo coisas que não são o que gostaria de dizer. Mas eu gostaria de saber.