AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Eu amo o calor.


Eu amo tomar banho com a água fervendo.
Saio o banho com o rosto e o peito vermelhos.
Eu amo esquentar as minhas mãos na água da chaleira para fazer o café.
Eventualmente eu queimo minhas mãos com o vapor. Eu amo café.
Eu amo abraços quentes. Braços quentes. Pele quente.
Eu amo sentir minha pele queimando com o sol. Tomar banho de mar quente.
Eu amo usar pouca roupa. Dormir com pouca roupa. Eu amo noites quentes.
Amo sair de casa nas noites quentes de verão. Deitar no asfalto quimando.
E se o dia for bem quente, com todas as situações acima, aí sim, eu posso tomar uma gelada.

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