AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Plano B


(Baseado em fatos reais - saca?)
Parece que eu já vi essa história antes. Já tive um amigo uma vez com o qual eu guardava todas as peraltices e loucuras num Baú. E é melhor eu não terminar frases assim, porque ele não é de Criciúma, mas aprendeu a rimar. Ele é de Umuarama, ou de Beltrão. Nunca entendi essa história direito. A verdade é que eu tenho mais facilidade em entender quando ele tá Bêbado. São ele me manda e-mail sobre a filosofia da vida, normalmente em um horário que eu não estou apta a pensar. Ele de maneira nenhuma respeita horários, se eu peço gentilmente pra que ele apareça somente entre às 12h e meia noite ele faz justamente o contrário, só pra mostrar que ele não obedece às leis. E não obedece mesmo. Onde já se viu me pedir ajuda pra conquistar a minha irmã? Ele é mesmo um Babaca.
Então não se preocupem, eu sei disso. Ele fuma e usa Bigode. Ninguém pode confiar em um cara de bigode. Lembram-se da Natalia Klein? Essa é máscara que ele usa, o cara de bigode. Quando na verdade ele está muito mais para Moriarty, controlador, seguro e achando tudo muito (muito mesmo) engraçado. Matando mocinhas e salvando vilões. Felizmente ele tem um inimigo. O tempo.
E não é que eu conheça bem. Eu conheço apenas as suas máscaras mantidas pela tela do celular/computador, mas ainda assim ele é um bom amigo. Ele gosta do meu noivo, da minha irmã, da minha mãe e do meu pai (Mesmo que com manteiga/natal. Deixa pra lá.). Ele gosta da Pitty também, do Juan não. E pelo menos agora ele sai pra fumar longe de mim.
Mas ele é Baixo. De tamanho também. Ele me convida pra sair, no convite tem a palavra “galera” e ele termina com “você conhece todo mundo”. Num Boteco. Lá está ele, o Barrichello e o dono do Bar. Um velho mal-humorado. A gente pergunta se aquilo é uma paçoca e o velho responde: pagando, é o que você quiser. Talvez dessa vez fosse porque ele estava bêbado, mas ele olha pra mim e começa a rir. Não sei se ele se lembra da família que morreu tragicamente, ou do canibal que naufragou com um avião. O fato é que é sempre constrangedor ter que explicar que não temos motivo nenhum.
A primeira lembrança que eu tenho dele é do meu noivo achando ele bonito (wtf?). Ele é feio, chato, usa Barba e fuma. Eu nunca vou nem chegar perto. Éca. Depois tem um vazio até... Até quando? Eu não sei. Não me lembro de algo ter mudado. Não mudou. Tudo continua exatamente igual, ele sendo um babaca, bêbado, barba e bigode, bituca, baixo e Bruno Branco.

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