AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Nuvens


Quando eu comecei a escrever aqui já sabia que o sol me fazia falta. Eu pensei que fosse ficar doente logo, mas levou um certo tempo. De qualquer forma eu já estava preparada, quando os sintomas começaram a aparecer eu fingi que estava apaixonada, que morreria de desejo, que seria um conto de fadas. E como ainda não terminou (e eu não sei em que ato está) eu continuo sentindo a dor como o amor e o tremor como frio e o cansaço como sintoma de eu ter vivido demais. E não como uma doença grave que possivelmente me fará morrer antes de alguém que fuma 2 maços por dia. Eu não tive uma visão sobre mim, não consigo encontrar nenhuma bruxa com olhos de vidro nessa cidade tão grande. Então é melhor eu viver. E tocar. Porque amanhã pode ser tarde. Mas agora ainda é cedo.

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