O tempo está no pensamento
Não é o prédio que está caindo. Eu preciso ir devagar e lembrar que escrevo para uma criança de onze anos, mas se eu for analisar você entende mais do que ninguém as coisas que eu escrevo. Que são difíceis de entender, talvez eu seja difícil de entender.
Eu pensei que depois de todos esses anos o prédio começou a desabar, com cada um indo embora, com cada parede se partindo. Mas não é o prédio que está caindo.
É, os anos passam logo, ligeiro. Ontem fizemos uma promessa, amanhã vamos cumpri-la. Em 2017 você terá quatorze anos. Será que as coisas terão mudado? Será que o prédio ainda estará lá?
Eu tenho visto que a vida é vermelha e azul. Como a cadeirinha velha de bebê. Às vezes tudo parece estar vermelho e então vem um anjo e diz que a vida é como o mar. Às vezes tudo está azul e o anjo não aparece. Então passados alguns anos sem te ver eu penso em desistir. Eis que hoje você vem falar comigo. Eu fico imaginando tudo o que está acontecendo a sua volta nesse momento, as coisas que te distraem, porque eu quero te conhecer, mas não te conheço mais.
Tedê, minha pequena, há coisas que você não pode entender, mas eu sei que você não vai esquecer e um dia saberá que meu incomum amor faz com que eu não consiga desistir. Que eu te dê asas para que você um dia queira voltar. Voltar ao nosso espaço sideral e ver a nossa amiga lua nos acompanhando em todos os lugares.
Os: Hoje eu vou deitar mais cedo que é pra ver se tem alguma estrela faltando e não vou cruzar os dedos que é pra ter certeza que eu não menti.
Essa é pra você:
Tem hora
Ah, minha criança, minha vingança é boba
Passei a vida te esperando, entende?
Quando eu te escondo o jogo
Quando eu te trato mal
É tudo medo, é tudo medo do amor
Que me entristece, que me enlouquece sempre
Mas é de verdade, é liberdade, esquece
Tudo na vida volta
Tudo na vida vai
Tá tudo em cima, tá tudo lindo agora
A gente junto, o mundo que vá embora
Com suas juras falsas
Com seus anúncios falsos
Tá tudo OK, tá tudo na boa agora
A gente chora, a gente ri, tem hora
Hora pra tudo, hora pra ir embora
Hora pra ir embora
Fique
Para de pensar. Preciso te fazer entender que é melhor se
formos dois, a qualquer preço. Ninguém é só um, nem sozinho nem em conjunto. E
qualquer outro medo de sonhar pra fora do enredo é acreditar nas coisas que não
somos nós. As coisas que me diz, que devemos fazer diferente, que ninguém é da
gente.
Pode vir comigo.
Não é que eu não tenha medo, mas não temo. Perder pode ser
doloroso, mas ganhar é muito mais. Não estamos em cima do muro, estamos em cima
do mundo, olhando de fora pra toda essa desgraça que é ser melhor. Não somos
melhores, somos diferentes. Somos tão diferentes.
Coisas da Vida
Não é comum eu vir aqui essas horas. De dia eu quase não
lembro que estou doente, exceto em dia de exame. Os médicos deveriam treinar a
cara de espanto, é muito pesado e é constrangedor você se sentir tranquilo. Perdi
as contas de quantos exames de sangue fiz esse ano, não estou nem um pouco
assustada. Só vim mesmo escrever sobre desapego. Eu sempre me culpo por cativar
as pessoas, talvez eu tenha dois motivos pra isso. Um é o Pequeno Príncipe que
me disse ainda criança: Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que
cativas. O segundo é uma música que aprendi na escola que diz assim: Cativar é
amar, é também carregar um pouquinho da dor que alguém tem pra levar.
E eu carrego. É ótimo saber que as pessoas também sentem dor
na verdade. Mas desde que alguém olhou pra mim e disse: você me cativou, por
favor, não morra! Eu sinto que é minha culpa. Sociopata. Porque eu posso carregar a dor dos outros, mas sempre acho que ninguém merece carregar a minha.
É como uma traição, por mais que eu ache que esteja errada não consigo deixar
de querer teu abraço, teu olhar, tua presença. Por isso eu posso lidar com o
frio quente da distância, mas não posso chegar perto demais e correr o risco de
alguém chegar a sentir e se machucar.
Cada dia que passa a dor aumenta. Mas um dia eu terei
filhos. Um dia eu terei motivos e terei a cura. Se eu tiver que cortar meus
cabelos e outras coisas ainda assim eu serei completa. Eu serei menos possessiva,
menos ciumenta e me preocuparei mais com meu futuro. Com a minha vida, que por
sinal não vai ser mais longa por causa de um passeio de bici num domingo de
sol. Nem com essas seis gotinhas por dia, eu acho. Tem dias que eu simplesmente
não quero ir, não quero nem levantar. E tem dias que é tudo o que eu mais
quero, mesmo. Mas e se eu me der ao luxo de não me importar e acontecer algo
não tão inesperado? Alguns se acabarão porque eu sei, sou importante pra
alguém. E outros que não sabem nada sobre mim vão se perguntar por que eu
valeria a pena.
Acho que não consigo ser mais clara que isso. Quem é você, Alasca?
Nem sempre
Nem sempre se tem uma meta
Nem sempre quem arruma conserta
Nem sempre vai pro ceu quem reza
Nem sempre o melhor caminho é o da seta
Nem sempre aniversario é festa
Nem sempre a ajuda vem da oferta
Nem sempre o professor acerta
Nem sempre tem que ser triste pra ser poeta
Nem sempre a luz esta acesa
Nem sempre se tem sobremesa
Nem sempre o choro é de tristeza
Nem sempre o chao é mais sujo que a mesa
Nem sempre é o sapato que aperta
Nem sempre o melhor dia é sexta
Nem sempre o erro vem da pressa
Nem sempre o que mais importa é a beleza
Fim de tarde enluarada
Você já me viu sério, já me viu de porre, me viu fazendo drama por sua desordem. Mas triste, isso eu nunca quis que você visse. Os meus olhos sentem a falta dos seus. O meu corpo sente a falta do seu. A minha alma sente a sua falta.
Hoje eu vou escrever outras coisas também, mas preciso avisar isso antes. Eu ainda sei lidar, mas estou com medo de que logo seja tarde demais. Todos os sonhos que antes eu tinha acordada agora eu tenho dormindo também. Estão em um outro blog secreto. Isso é sinal de que não controlo, que além da minja vida paralela, além da minha imaginação, tem algo real.
Primeiro olhar e sorriso e sinceridade. E diferença. E não querer que seja vazio. Depois toque. A energia das mãos passam da realidade para a lembrança e da lembrança para o sonho. Eu não quero que seja vazio. Prefiro o nada. Eu tento o nada. Mas é tarde demais. E o final é aquela bela janela embaçada
É por esse motivo que chega ao fim. Mas vou esperar até amanhã, dia 4.
Só tenho que dormir de novo pra sonhar de novo.
Hoje eu vou escrever outras coisas também, mas preciso avisar isso antes. Eu ainda sei lidar, mas estou com medo de que logo seja tarde demais. Todos os sonhos que antes eu tinha acordada agora eu tenho dormindo também. Estão em um outro blog secreto. Isso é sinal de que não controlo, que além da minja vida paralela, além da minha imaginação, tem algo real.
Primeiro olhar e sorriso e sinceridade. E diferença. E não querer que seja vazio. Depois toque. A energia das mãos passam da realidade para a lembrança e da lembrança para o sonho. Eu não quero que seja vazio. Prefiro o nada. Eu tento o nada. Mas é tarde demais. E o final é aquela bela janela embaçada
É por esse motivo que chega ao fim. Mas vou esperar até amanhã, dia 4.
Só tenho que dormir de novo pra sonhar de novo.