AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

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Neste momento não sei se as lágrimas são de dor, se são de tristeza, de cansaço ou se só estou muito brava. As velhas dores nas costas, constantes me lembram que eu estou cansada de verdade. Corri um pouco, mas é o mesmo cansaço de sempre, tão grande que eu não posso dormir. Já a tristeza as vezes é menor. Hoje está doendo. Esmagando forte meu peito com as mãos de um gigante. E nem estou mais tão brava pelas palavras que eu menti que não lembro. Mas o nó na garganta está quase me fazendo chorar. Não sei o que seria de mim sem ele. Eu estaria sozinha sem força, mas principalmente sem coragem. Qualquer coisa poderia me afundar. Me afogar. Não são coisas das quais eu gosto de lembrar ou de falar, morrerei sem dizer. Como uma doença que morre comigo. Morreremos juntos, afinal.
Amanhã será difícil acordar de novo, mas agora não consigo dormir.

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