AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Noites


Todas as noites antes de dormir eu passo a língua nos meus lábios rachados e a sinto áspera, as vezes até com gosto de sangue dos lábios rachados de frio. Mas esse é só um sentimento e não um pensamento, então eu lembro que não quero vazio. Apago todas as cenas e começo a escrever o filme de novo. A luz que entra na janela combina com a música que toca só na minha cabeça, as vezes los hermanos, as vezes pear jam. Só na minha cabeça. Ouço também um sorriso sincero e um pouco tímido, mas isso não impede meus dedos de se entrelaçarem. Depois eu sinto a minha própria respiração e não sou mais responsável por meus atos. Então eu incluo bêbada aos meus sintomas. E depois tudo é só o amor.

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