Como é difícil achar as palavras. Mais difícil é falar uma língua que seja compreendida. Não como quando eu me entrego face a face, mas sinceramente, profundamente. Como se eu falasse: está chovendo. Mas quando eu falo que está chovendo pode significar que eu preciso de abrigo, ou apenas que estou na chuva. Para me molhar.
Faz tempo. Mas algum dias são maiores que outros. Se eu pudesse eu sairia daqui agora e andaria pela rua fria para poder me aquecer. Nem sei se valeria a pena.
Se as coisas acontecessem como nos meus frequentes sonhos valeria a pena. Eu iria encostar naquela parede gelada, e seria aquecida com tudo. Porque arriscar significa tudo ou nada. Mas não, a realidade é diferente. A realidade é medo e contrariedade. Na realidade a gente diz que está chovendo para dizer que estamos deitados em nossas camas secas e cobertas. A gente diz que quer um caminho quando, na realidade, queremos outro. Porque por mais modernos que sejamos, por mais livres que lutemos para ser e poder ser verdadeiros, há certas coisas que não abriremos mão. Como, por exemplo, do agora.
Como sempre eu releio e penso que tudo o que eu escrevo será lido com negatividade. Talvez tudo o que eu escreva não seja para alguém, é o que eu penso que pensaria. Então ser contrário significa falar de alguém quando se quer falar de outro. Andar pela rua fria para me aquecer significa chegar aí. O agora significa o sentimento, o valor de querer dizer e não poder.
Se eu saísse agora, alguém perceberia? Mas não sei se vale a pena.
Quanta poeira...
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Gente, esse quarto tava que era o muro das lamentações.
Hora de falar de coisa boa, hora de falar de
Voltaremos em breve com nossa ...
Há 10 anos
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