AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Copa


Uma vez eu sai sozinha e estava tão animada. De repente no caminho eu escontrei um pássaro pequeno cor de mel. Eu já havia visto aquele pássaro outras vezes, tem alguns bichos que sem sentido gostam de você. E eu gostava dele. O seu canto era como uma centena de poesias. Cada vez que eu o encontrava tinha vontade de levá-lo embora comigo, mas o pássaro danado sempre brincava comigo, cantava e fugia.
Naquele dia ele não estava cantando. Estava mudo.
De repente escureceu e as pessoas da rua foram embora. Eu sabia que estava na minha hora também, mas não queria sair de perto dele. Eu fui para a parada de ônibus e ele me seguiu. Eu sentei no encosto com as pernas balançando no ar enquanto ele apenas fitava o chão. Eu estava tão animada, talvez eu pudesse ficar mais um pouco. Mas o silêncio do meu pássaro cor de mel me entristeceu. Eu entrei no ônibus e fui pra casa.

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