AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Imaginação


Se você não disser e eu supor.
Se eu ouvir da tua boca velada
Diz só sobre mim?
Ou diz sobre nós?
Eu seguro entre as pernas
Todas as palavras que vem
E sobem pelo corpo
E param no topo da cabeça
E saem pela boca.
Distorcidas.

Tudo o que começa entre as pernas, passa pelo estômago e finaliza na mente sai de forma concreta. Mas o que eu suponho não é concreto. O que eu suponho não passa pela tua boca velada.
Tenho vontade de chorar, porque o abstrato é límpido e leve, mas vive lá na outra realidade, sem planos, sem passado, sem pretensão. Tenho vontade de chorar porque é bonito. É bonita a luz que passa sempre pelos olhos amarelos, e é bonito o desejo de permanecer podendo ir. É bonita a leveza, é bonita a esperteza e é bonito o caos. Mas tudo isso é concreto, existe agora. O caos é concreto e eu me esquivo, eu fujo. E quando eu fujo eu suponho. E sonho.

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