Numa outra metade, falar do presente foi fácil. Não havia dor nem regresso, apesar do passado. E desse (passado)... É difícil falar.
Não sei sobre os sentimentos do passado, tudo o que me leva ao futuro são apenas as lembranças de uma loucura.
O passado, afinal, já passou. Como saberia dos sentimentos que tive enquanto vivi-lo?
Sei apenas do que sinto ao tentar sentir o passado. Sinto um cheiro forte de canela misturado ao perfume.
Sinto também a fumaça. Não como antes. Não obstante às vezes que sentir a fumaça deixa turva minha visão. Como enxergar no escuro. Será a fumaça? Ou o escuro?
Enxergar apenas um mínimo feixe de luz que deixa tudo mais escuro. E não enxergar o que deixa tudo mais claro. São as flores da estação. O defeito de o pobre ser humano achar que enxerga com os olhos, quando as mãos estão se comunicando no escuro.
E então passou a outra metade, e finalmente o futuro.
Algumas semanas?
Alguém passou e parou. Olhou. Esse foi o erro. Se passou eu não sei. Certamente deixou um pouco de si e levou um pouco de mim.
Resta a dúvida até o primeiro dia do futuro. E enfim, tudo volta onde começou.
0 comentários:
Postar um comentário