AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Lágrimas de Guinho


Digo-te meu amigo Guinho:

Podes perder a fé em Deus,
mas não na força da lágrima,
que desmancha um sorriso alegre
e também alegra a marca do sorriso
que as vezes é pouco pra expressar
o que estamos sentindo.

Pode até ser que a lágrima
passe de rosto em rosto
por um caso falso ou de desgosto.
Mas de vez em quando ela vem do céu
e nos trás de volta a fé.
Foi isso que me aconteceu
enquanto tomavas café.

Eu passei por aquele tapete azul
e ao cruzar com a porta da cozinha
vi uma nuvem da mesma cor do tapete
que anunciava que alguém lá em cima
tava pra por pra fora aquela de quem tanto temes:
a lágrima.

As gotas que escorreram na minha face
não soavam despedida.
Nem o fim de uma vida,
nem o abandono ou o silêncio.
Eram lágrimas de lembranças felizes,
de vidas que as vezes se encontram
para fazer barulho e lembrar que ninguém será abandonado.

Aí eu percebi que as lágrimas daquele dia,
que passaram de rosto em rosto,
eram na verdade a chuva de alguém que estava alegre.
E pra quem não entender,
a lágrima, meu caro, também é ÁGUA.



*quer Adri água?

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