Digo-te meu amigo Guinho:
Podes perder a fé em Deus,
mas não na força da lágrima,
que desmancha um sorriso alegre
e também alegra a marca do sorriso
que as vezes é pouco pra expressar
o que estamos sentindo.
Pode até ser que a lágrima
passe de rosto em rosto
por um caso falso ou de desgosto.
Mas de vez em quando ela vem do céu
e nos trás de volta a fé.
Foi isso que me aconteceu
enquanto tomavas café.
Eu passei por aquele tapete azul
e ao cruzar com a porta da cozinha
vi uma nuvem da mesma cor do tapete
que anunciava que alguém lá em cima
tava pra por pra fora aquela de quem tanto temes:
a lágrima.
As gotas que escorreram na minha face
não soavam despedida.
Nem o fim de uma vida,
nem o abandono ou o silêncio.
Eram lágrimas de lembranças felizes,
de vidas que as vezes se encontram
para fazer barulho e lembrar que ninguém será abandonado.
Aí eu percebi que as lágrimas daquele dia,
que passaram de rosto em rosto,
eram na verdade a chuva de alguém que estava alegre.
E pra quem não entender,
a lágrima, meu caro, também é ÁGUA.
*quer Adri água?
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