AdriCaramelo

Sob o visco de Apiúna

Foi uma mudança muito drástrica. O calor intenso que eu amava virou inferno, e quando eu achei que o frio pudesse se tornar o céu eu conheci Apiúna. Eu ainda não sei que árvore era aquela, se era um visco por estar perto do Natal, ou se era uma árvore maior com flores amarelas que enxeram meus cabelos de folhas secas, mas quando eu acordei eu sacodi a minha cabeça para afástá-las e de repente eu estava feliz. Não é exatamente o céu, mas é bem melhor do que estar sozinha.

Moulin Rouge - o meu moinho vermelho.


"Eu queria ter me filmado agora para eu poder ver mais tarde. Fiquei com um sorriso leve no rosto por um tempão, mas tô com um aperto no coração."

Hoje o dia foi repleto desse tipo de sentimento, e quando aquelas lembranças hostis e fantasiosas davam o ar de sua graça eu quase não percebia que estava sorrindo leve, como alguém que ama. De repente eu lembrava que assim como Satine eu não poderia amar.
Christian então apareceu a noite com aquela frase que eu deveria, mas não conseguia ignorar:  "O mais importante que se pode aprender na vida é amar. E em troca, amado ser." E como se fossem poucas as minhas dúvidas, mais uma agora me atormentava: "Se isso não é amor, o que mais pode ser?" Eu realmente não sabia, tentei ignorar tudo, realidade e fantasia, mas ainda sem pensamentos existia algo que não se pode ignorar. Sentimento. É um moinho grande que gira, gira, gira, e quando eu olho pela janela que muda de cor eu o vejo. Mesmo que eu já esteja enjoada de moinhos, parece que agora eu voltei a gostar de vê-lo girar.

Minha inspiração é falha, inversamente proporcional a de um poeta. E quanto mais eu gosto, mais me faltam palavras.

1 comentários:

Anônimo disse...

As palavras também me faltam... Nunca senti tanto e nunca as palavras me faltaram tanto, se transformaram num vacu Ôo.
Só sei que adoro,as tuas palavras podem ser poucas, mas são as melhores...

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